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Curso 04 - Uma visão integrada da perspectiva evolucionista e das terapias cognitivo-comportamentais na compreensão dos transtornos mentais

Curso 04 - Uma visão integrada da perspectiva evolucionista e das terapias cognitivo-comportamentais na compreensão dos transtornos mentais

Ministrantes:
Angela Donato Oliva (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Dia 21 de Outubro (terça-feira) das 8h00 às 12h00

 

RESUMO

A psicologia evolucionista considera o funcionamento mental como resultante de um processo de adaptação às condições ambientais nas quais nossos ancestrais viveram. Desse modo, a arquitetura da mente humana e todo o seu funcionamento teriam sido resultantes de um processo de seleção de estruturas ou traços mentais que foram funcionais em um longo período de existência de nossa espécie. Nossos ancestrais caçadores e coletores precisavam resolver problemas de sobrevivência tais como buscar e escolher o alimento certo, formar alianças sociais, cuidar da prole, defender-se de predadores, entre outros. De acordo com a hipótese evolucionista, essas demandas deixaram marcas na estrutura do cérebro humano. Porém, o mundo atual é profundamente diferente do ambiente ancestral no qual mecanismos adaptativos mentais teriam sido selecionados. Não vivemos mais em pequenos grupos de aparentados, nômades, caçadores e coletores, que dependiam uns dos outros para proteção e alimentação. Segundo a perspectiva evolucionista, para melhor compreender os transtornos mentais, deve-se buscar a gênese dos mesmos na história evolutiva. Os comportamentos que caracterizam um transtorno, por exemplo, podem ser entendidos, em sua origem, como funcionais para determinado contexto, tendo sido selecionados por serem adaptativos e por permitirem a sobrevivência da espécie. Conhecer esse funcionamento mental – e suas bases biológicas - mostra-se fundamental para entender como os indivíduos podem atuar em diferentes contextos. Vale lembrar que o estudo das emoções, durante certo, tempo foi deixado de lado pela psicologia que almejava ser objetiva. No entanto, estudar as emoções revelou-se essencial para um pleno entendimento do funcionamento mental, como mostram a perspectiva evolucionista, as neurociências e também trabalhos recentes das terapias cognitivas. Ressalta-se ainda, que a perspectiva evolucionista é interacionista, não reducionista, nem determinista. Parte do pressuposto de que existem diferenças individuais (em termos de personalidade e propensões) e reconhece o papel do ambiente e da família no desenvolvimento das pessoas ao longo do ciclo de vida. As práticas terapêuticas que levam em conta todos esses aspectos, parecem ser mais eficazes. O objetivo do curso, portanto, é apresentar os transtornos mentais a partir de uma perspectiva evolucionista, que enfatiza aspectos contextuais para o entendimento do que somos. A ideia é desenvolver pontos teóricos fundamentais da Psicologia Evolucionista e mostrar de que maneira se articulam com as práticas terapêuticas Cognitivo-Comportamentais, em consonância com o que propõe a terceira onda das terapias comportamentais. O público-alvo do curso destina-se a profissionais e alunos (de graduação e de pós-graduação) dos cursos de ciências humanas (como psicologia, sociologia e antropologia), ciências biológicas e educação que tenham interesse pelas terapias cognitivo-comportamentais em uma visão integrada à perspectiva evolucionista na compreensão dos transtornos mentais. Espera-se com esse curso contribuir para ampliação da compreensão de uma ferramenta teórico-conceitual eficaz para o tratamento dos comportamentos psicopatológicos.

Palavras Chave: Psicologia Evolucionista, Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicopatologia

Psicologia Evolucionista e Psicologia Cognitiva (COG)